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/lit/ - Literature


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14982295 No.14982295 [Reply] [Original]

So, apart from the more known Pessoa, Camões, Cesário Verde and Sá-Carneiro what have you read and recommend? For me it's Adília Lopes, José Régio and Manuel Resende

Branons, what should I read?

>> No.14982300

what about drummond?

>> No.14982302
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14982302

>>14982295
Die BrasilianNIggerFAggot Cuck

>> No.14982368

>>14982295
Herberto Hélder
Eugénio de Andrade

These are my two favorites

>> No.14982410

>>14982300
Haven't read any br poetry

>>14982368
It wasn't poetry but I read Os Passos em Volta and found it disgusting

>> No.14982415

>>14982410
he has a very peculiar style

you can try Florbela Espanca also. she reminds me of Emily Dickinson

>> No.14982418

>>14982415
The style for me was just trying hard. I read "inexorable" some twenty times

>> No.14982517

Antero de Quental

Sonho que sou um cavaleiro andante.
Por desertos, por sóis, por noite escura,
Paladino do amor, busco anelante
O palácio encantado da Ventura!

Mas já desmaio, exausto e vacilante,
Quebrada a espada já, rota a armadura...
E eis que súbito o avisto, fulgurante
Na sua pompa e aérea formosura!

Com grandes golpes bato à porta e brado:
Eu sou o Vagabundo, o Deserdado...
Abri-vos, portas de ouro, ante meus ais!

Abrem-se as portas d'ouro com fragor...
Mas dentro encontro só, cheio de dor,
Silêncio e escuridão - e nada mais!

>> No.14983724
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14983724

bump

>> No.14983793
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14983793

>>14982517
Erguendo os braços para o céu distante
E apostrofando os deuses invisíveis,
Os homens clamam:—«Deuses impassíveis,
A quem serve o destino triunfante,


Porque é que nos criastes?! Incessante
Corre o tempo e só gera, inestinguíveis,
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis,
N'um turbilhão cruel e delirante…


Pois não era melhor na paz clemente
Do nada e do que ainda não existe,
Ter ficado a dormir eternamente?


Porque é que para a dor nos evocastes?»
Mas os deuses, com voz ainda mais triste,
Dizem:—«Homens! porque é que nos criastes?»

>> No.14983820
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14983820

This based doomer.

Lúgubre solidão! Ó noite triste!
Como sinto que falta a tua Imagem
A tudo quanto para mim existe!

Tua bemdita e efémera passagem
No mundo, deu ao mundo em que viveste,
Á nossa bôa e maternal Paisagem,

Um espirito novo mais celeste;
Nova Forma a abraçou e nova Côr
Beijou, sorrindo, o seu perfil agreste!

E ei-la agora tão triste e sem verdor!
Depois da tua morte, regressou
Ao seu velhinho estado anterior.

E esta saudosa casa, onde brilhou
Tua voz num instante sempiterno,
Em negra, intima noite se occultou.

Quando chego á janela, vejo o inverno;
E, á luz da lua, as sombras do arvoredo
Lembram as sombras pálidas do Inferno.

Dos recantos escuros, em segredo,
Nascem Visões saudosas, diluidos
Traços da tua Imagem, arremêdo

Que a Sombra faz, em gestos doloridos,
Do teu Vulto de sol a amanhecer...
A Sombra quer mostrar-se aos meus sentidos...

Mas eu que vejo? A luz escurecer;
O imperfeito, o indeciso que, em nós, deixa
A amargura de olhar e de não vêr...

A voz da minha dôr, da minha queixa,
Em vão, por ti, na fria noite clama!
Dir-se-á que o céu e a terra, tudo fecha

Os ouvidos de pedra! Mas quem ama,
Embora no silencio mais profundo,
Grita por seu amor: é voz de chama!

E eu grito! E encontro apenas sobre o mundo,
Para onde quer que eu olhe, aqui, além,
A tua Ausencia tragica! E no fundo

De mim proprio que vejo? Acaso alguem?
Só vejo a tua Ausencia, a Desventura
Que fez da noite a imagem de tua Mãe!

A tua Ausencia é tudo o que murmura,
E mostra a face triste á luz da aurora,
E se espraia na terra em sombra escura...

Quem traz o outomno ao meu jardim agora?
Quem muda em cinza o fogo do meu lar?
E quem soluça em mim? Quem é que chora?

É a tua Ausencia, Amôr, que vem turbar
Esta alegria etérea, nuvem, asa
De Anjo que, ás vezes, passa em nosso olhar!

O Sol é a tua Ausencia que se abrasa,
A Lua é tua Ausencia enfraquecida...
Da tua Ausencia é feita a minha vida
E os meus versos tambem e a minha casa.

>> No.14983858
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14983858

>>14983793

>> No.14983969

>>14982295
I strongly recommend Augusto dos Anjos

>> No.14984214

>>14982295
Miguel Torga

>> No.14984242

>>14984214
Fuck no

>> No.14984295

>>14983793
Theodicy has never been solved.

>> No.14984374

>>14982295
Camilo Pessanha

>> No.14984381

>>14983724
based and Bruno Aleixopilled

>> No.14985179

I second Antero de Quental.
Camões is the Portuguese bard. His Lusiads are brilliant.
Pessoa is king. His Mensagem is a grand epic poem.
Antonio Nobre's Só is a masterpiece acording to all literate lusophones
Bocage and Almeida Garret are also worth mentioning. Olavo Bilac is considered the Prince of the Brazilian Poets, he was an exquisite Parnassian.

>> No.14985207

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
- Sei que não vou por aí!

José Régio, in 'Poemas de Deus e do Diabo'

>> No.14985424

>>14984381
António Aleixo's poetry isn't always great but his plays are severely underrated

>> No.14985446

>>14982295
Why do Brazilians gice their nig pets names like "Willian" (with an N)?

>> No.14985863

>>14982295
Augusto dos Anjos